Por Mary Munduruku, articuladora de Santarém-PA
Desde que o governo Bolsonaro entrou no “poder”, a destruição da floresta Amazônica segue em ritmo acelerado no Brasil. A mãe Terra todos os dias clama por socorro, por ela e principalmente por nós que não sabemos viver sem ela. Esse governo continua implementando sua política genocida e precisamos dar um basta nisso.
No ato de um dos pronunciamentos do presidente Jair Bolsonaro ele afirmou com veemência que: “é muita terra para pouco índio”, isso nos faz pensar mais uma vez que esse governo não gosta dos indígenas e nós, enquanto guardiãs e guardiões da floresta temos uma resposta para tal posicionamento: Não! Não é muita terra para pouco índio, nós que somos muito pouco para salvar a humanidade.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-INPE, o desmatamento na Amazônia aumentou muito em relação ao ano de 2019, mais uma vez, ficamos preocupados com tal situação e nos questionamos sobre a tal Operação Verde Brasil 2 que é justamente para combater queimadas e desmatamento na Amazônia.
Todos os dias percebemos que algo está mudando, que não é mais a mesma coisa, o calor aumentou, pouca chuva, não há muita caça, os peixes estão ficando escassos, os rios estão secando e o desmatamento crescendo. Nós sentimos na pele os efeitos dessa crise climática. E tudo isso para quê? Para manter o tal “desenvolvimento”? O que significa mesmo o desenvolvimento que o Brasil tanto fala?!
O Brasil precisaria se comprometer muito mais do que fez no Acordo de Paris. E mais que isso, mostrar mínimo esforço de cumprir o que prometeu internacionalmente, fortalecendo as políticas climáticas ao invés do descarado desmonte das leis e afrouxamento da fiscalização que tem feito, principalmente agora, num momento tão delicado (pandemia e período de queimadas). Pois isso, sabemos bem, significa um verdadeiro retrocesso nos direitos dos povos indígenas, que são os que habitam e cuidam desses territórios.
O Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles falou em uma reunião realizada dia 22 de abril, cujas imagens foram divulgadas por vários veículos de comunicação dia 22 de maio de 2020 que precisava passar “a boiada” e “mudar” regras enquanto atenção da mídia estava voltada para a pandemia. Percebe-se mais uma vez que somos o inimigo nº 1 do governo.
A demarcação dos territórios se faz urgente e necessário, discussões sobre o meio ambiente precisam ser mais pautadas, políticas voltadas para mudanças climáticas é de extrema urgência e pedir a saída do Ministro do meio Ambiente é pedir socorro para o salvamento da Amazônia.
#DEMARCAÇÃOJÀ #TCHAUSALLES
